sexta-feira, 6 de abril de 2012 | By: Volvard

Trovas de um Bardo - O Bardo, A Princesa & O Carrasco

Eu soube que havia um acorde secreto
Que Horic tocava, e que agradava até os deuses
Mas ninguém dava muita atenção a aquele pobre sem-teto
E assim vai a quarta, a quinta,
O acorde menor cai, e o acorde maior sobe
O rei, frustado, pede que ele componha uma musica linda

Sua fé era forte, mas ele precisava inspiração
Ele a viu tomando banho do telhado
A beleza dela e o luar arruinaram com sua razão
Ela destruiu seus sonhos, e tirou sua voz
E dos seus lábios, nada mais saíra
Alem de palavras de amor, de uma paixão feroz 

Querida, eu já estive aqui antes pra te ver
Eu vi este quarto, andei neste chão
Eu vivia sozinho até te conhecer
Eu vi sua bandeira no arco de mármore
E o amor não é uma mancha da vitoria
É um frio sofrido, um grito de pare

Talvez os deuses que fizessem eu ti querer
Mas tudo que eu já aprendi sobre o amor
Era como atirar em alguem que desarmou você
E não é um choro que você pode fazer com que sare
E o amor não é ver a luz
é um frio sofrido, um grito de pare

E o rei entrou no quarto de uma só vez
O bardo não se escondeu, disse que a amava
Mas apaixonar-se pela princesa, o que você fez?
O guardas chegaram, o levaram pra fora
Contaram-lhe a cabeça, ele nunca mais cantaria
O deuses enfurecidos, o que ouviriam agora?
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012 | By: Volvard

O Principe Sem Reino - Capitulo 2 - A taverna, o grandão e um novo amigo

Aonde é que eu estou? Como Temna pôde me mandar para cá? E "cá" aonde? Qual o nome desse vilarejo? Resolvo perguntar isso a uma senhora que vende maçãs em uma grande cesta.
- Qual o nome desse vi...
- Saia daqui seu mendigo imundo. Me interrompe ela empurrando meu braço que nem mesmo chegara a toca-la.
- Mas eu só queria fazer uma per...
- Pelos deuses, você fede. Diz a senhora me interrompendo novamente e desta vez virando as costas para mim e indo embora com sua cesta de maçãs.
- Como ousas me tratar assim? Sabes para quem viraste as costas?
A senhora parece não me ouvir e segue seu caminho como se eu não existisse.
- E quem é você, então? Pergunta uma voz atrás de mim.
- Eu sou o Andrews Mordan, príncipe de Emeldor. Respondo virando-me e vendo um homem de estatura mediana, magro, vestido como um maltrapilho
- de Emeldor? De onde eu venho, você está mais para o príncipe de merda! hahaha
Ele então começa a rir e apontar para mim, olho para minhas vestimentas e vejo que estão repletas de esterco, eu devo ter me sujado ao cair no estabulo. Eu olho novamente para o homem que caçoava de mim e lá ele continua a rir. Dou-lhe as costa e sigo em frente, esse vilarejo só tem pessoas estranhas, e ninguém aparenta conhecer Emeldor.
O vilarejo é constituído por pequenas casas, em uma parte do vilarejo existe uma área mais comercial, onde posso ver ferreiros trabalhando, um alquimista, e vendedores de equipamentos de viagem. Em outra parte do vilarejo encontram-se agricultores suas verduras e seus legumes chegando em carroças e se dirigindo a área comercial. Este vilarejo parece ser um pequeno vilarejo comercial, os poucos que aqui vivem, sobrevivem do que vendem para viajantes que por aqui passam. Continuo minha caminhada e vejo a entrada do vilarejo, uma placa muito mal feita, rabiscada provavelmente com carvão, diz: "Vila Moandro". "Vila Moandro" eu nunca ouvi falar nesse lugar. Mas para ser bem sincero, eu nunca ouvi falar de nada além dos limites de Emeldor.
Meu estomago está remexendo de tanta fome, estou andando ainda pela cidade quando me vejo em frente a um lugar não muito higiênico, chamado Taverna Do Peixe Caolho, talvez eu possa conseguir comida aqui, talvez num lugar mais humilde as pessoas sejam mais generosas.
Humildes? Ao entrar tudo que eu vejo é um monte de brutamontes se amontoando em volta de mesas espalhadas aleatoriamente no espaço ta taverna, discussões é o que não falta, parece que a cada segundo uma nova discussão começa, é como se a qualquer momento aquele lugar pudesse ser colocado a baixo por causa de uma briga. Eu vou até o caixa onde encontro um homem alto, um pouco velho, gordo, mas ainda de aparência forte. Ele me olha com cara de quem não quer papo comigo, ele limpa uma caneca com um pano imundo, para terminar ele cospe no copo e passa mais uma vez o pano, bate a caneca no balcão e me acorda de um transe de nojo.
- O que você quer aqui moleque? Pergunta ele com uma voz grossa e cansada
- Desculpe, senhor. Mas cheguei aqui a pouco e estou faminto, preciso de algo para me alimentar.
- Ha-Ha-Ha! Claro, moleque, pagando, você come.
Procuro em meus bolsos mas não tenho nenhuma moeda comigo.
- Não poderia lhe pagar de outra maneira? Talvez o senhor precise de um ajudante, ou não?
- Claro que nã... Erm... Pensando bem, preciso sim.
- E quando eu começo?
- Agora!
- Hã?! Mas não posso nem comer nada antes?
- Deixa de frescura moleque, você quer ou não comer? Si quiser terá que trabalhar antes. E me faça o favor, suas roupas fedem, troque essa roupa, vista isso. E então ele me joga uma roupa velha, e um avental.
Eu fendendo?! Até parece que existe algo mais fedorento do que está espelunca. Mas fazer o que? Eu preciso me alimentar, estou faminto. Me troco e então volto para o salão da taverna para começar a trabalhar, o taverneiro me joga uma vassoura e manda que eu varra tudo.
- Que aventalzinho hein?
- Será que a mocinha poderia limpar aqui?
- Quem é essa nova empregadinha?
- Não tinha uma mais bonitinha não, taverneiro? Ha-Ha-Ha
Todos da taverna caçoavam de mim e eu nada podia fazer, pois eram muitos, e eu precisava fazer aquilo. Era isso, ou passar fome.
- Hey mocinha, vem limpar aqui, tá sujo. Fala um dos brutamontes derramando toda a sua caneca de hidromel no chão.
- Vamos, moleque, não se faça de surdo! Grita o taverneiro.
Eu vou limpar, mas não muito satisfeito, ao chegar lá eles continuam a caçoar de mim, mas não ligo. Ao verem que já não me importo com o que falam, um deles me empurra. Meu pé deslisa sobre o hidromel e eu me esbarro em uma mesa, derramando uma caneca de hidromel em um cliente. Este me olha com uma cara de ódio e então se levanta, todos se afastam da mesa. Ele é grande, deve ter bem mais de dois metros e cada braço dele é maior do que eu.
- Desculpa, mas é que eles me empurraram!
O grandão parece rosnar nesse momento. Eu não terei nenhuma chance de escapar vivo daqui. Ele ergue uma cadeira em cada mão e começa a caminhar para cima de mim, eu recuo, mas sou barrado por outros clientes que me cercam.
- Vocês não sabem com quem estão se metendo. Eu sou o Príncipe de Emeldor!
O grandão larga as cadeiras no chão e solta uma gargalhada. Todos se olham e parecem exitante para rirem, mas também caem na gargalhada. Nessa hora o grandão fica sério, olha pros lados e todos se calam imediatamente. Ele se aproxima de mim e fala com seu rosto bem próximo ao meu:
- Quem aqui perguntou quem você é? Para mim você é só um moleque que assinou seu contrato de morte quando derramou meu hidromel.
- Eu não tocaria no garoto se fosse você. Diz uma voz que me parece familiar ao fundo.
- Quem disse isso? Pergunta o grandão.
- Eu!
O grandão olha para um lado, mas é do outro que ele recebe uma paulada na cabeça. Ele cai no chão. Eu olho para quem bateu e é aquele rapaz que havia zombado de mim próximo ao estabulo, mas por que ele me ajudou? No momento em que o grandão cai uma grande confusão começa na taverna. Todos começam a brigar, o grandão ainda acordado tenta se levantar. O taverneiro puxa um facão de trás do balcão e tenta apartar as brigas, mas é em vão. O rapaz que me ajudara se aproxima de mim, estende a mão e se apresenta:
- Noah Helt, é um prazer conhece-lo em uma situação tão boa.
- Como você já sabe, eu sou Andrews, muito obri...
Antes de poder agradece-lo eu sou interrompido por uma cadeirada que é dada nas costa de Noah, que cai de joelhos. Olho para o lado e vejo uma garrafa, pego-a e ataco o bêbado que derrubou Noah, a garrafada pega na cabeça e então ele cai. Noah se levanta.
- Precisamos sair daqui o mais rápido o possível, Andrews.
- Claro, vamos antes que está briga piore mais!
- Briga? Não, a briga na taverna é uma das principais diversões que eu tenho nessa vila, nada como sair com um olho roxo depois de uma noite de bebedeira. A gente precisa sair rápido é por que o grandão ali já se levantou!
A gente corre, mas é impossível ser rápido com tantas mesas viradas pela frente e tanta gente brigando. Dificuldade que o grandão não tem, pois este corre derrubando tudo e todos que estiverem em sua frente, ele parece muito mais bravo do que antes. Saímos da taverna, mas acabamos por tropeçar em nossas pernas e caímos em logo a frente. Logo em seguida o grandão sai.
- Acabou, o que vamos fazer agora, Noah?... Noah?.... Noah o que faremos?
Olho para o lado e ele não está mais caído, olho ao redor e ele não se encontra nas proximidades. Mas aonde ele caiu há uma espada ao chão, provavelmente ele deve ter deixado cair-lhe na queda.
O grandão está com um pedaço de uma mesa nas mãos, ele ergue e tenta me atacar, eu rolo no chão e me esquivo, levanto-me e me coloco em posição de batalha. É hora de parar de correr e enfrentar o que me desafia. O grandão volta a tentar me atacar, esquivo novamente e lhe desfiro um ataque e seu braço que o acerta em cheio. Ele sangra, mas parece não sentir dor, porém se encontra cada vez mais enfurecido e descontrolado, talvez eu possa usar isso em minha vantagem. Ele corre para cima de mim como um touro.Tento desviar mas dessa vez eu falho. Ele me arremessa longe, bato na parece de uma casa, a espada foi jogada para outro lado. O grandão vem pra cima de mim, ergue o pedaço de mesa e com um rosto enfurecido ele diz:
- Já era moleque, você já me deu muito trabalho.
Quando acho que realmente tudo está perdido. Vejo uma lamina brotar do peito do brutamonte. Ele se ajoelha, largando o pedaço de mesa. Atrás dele está Noah, que chuta o corpo que deslisa sobre a lamina da espada e cai bem em minha frente. Noah então passa por cima do corpo e me dá a mão.
- Não foi tão difícil... Diz Noah com um sorriso no rosto.
- "Não foi tão difícil"? Como você me larga sozinho com um gigante desses?
- Hey, eu não te deixei sozinho! Eu só precisava de alguem que servir de isca enquanto eu me preparava para mata-lo.
- Servir de isca? Você praticamente me deixou pra morrer!
- Eu te deixei uma espada não deixei? E afinal, tudo deu certo. Então deixe de reclamar e vamos. Peguei algumas coisas da taverna antes de sairmos.
- Graças aos deuses, estou faminto.
- Pois vamos comer e beber, pois você tem muito o que me contar.
- Eu?
- É, conte-me essa historia de ser príncipe de sei lá onde e como veio parar aqui.
A noite é longa, Noah e eu conversamos, comemos e bebemos. Conto a ele tudo que aconteceu, ele então me pergunta quais são os meus planos daqui pra frente.
- Daqui pra frente?
- É... Você vai voltar e salvar seu reino, não vai?
- Claro que vou! Só não sei como... diferente do que Temna disse, eu não tenho forças para voltar e derrotar o Demônio Glabrezu sozinho.
- Bem talvez se você treinar muito possa voltar e conseguir vence-lo. Claro... você não conseguiria isso sozinho... não sem mim.
- Sério? Você me ajudaria?
- Bem, vejamos minha agenda... Não, não tenho nada pra fazer até... até o resto da minha vida. É, acho que posso ajuda-lo.
- Muito obrigado Noah. Espero que tudo dê certo.
- E dará. Diz Noah com seu sorriso de volta ao rosto.
- Como sabes?
- A gente começou bem.
- Começamos?
- Aprenda uma coisa Andrews: as melhores aventuras começam na taverna.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011 | By: Volvard

O Principe Sem Reino - Capitulo 1 - O dia em que o sol não raiou.

Muito além das Colinas de Peltimont, e próximo ao Monte Volshar, existe um reino banhado em felicidade e prosperidade, o Reino de Emeldor. Até o mais baixo pebleu sente-se feliz nessa cidade, com campos verdes e vastos, com as cristalinas águas do Rio Volshar que nasce no Monte Volshar e banha a cidade, alimentando a todos com seus peixes, e irrigando nossas plantações.
Eu, Andrews Mordan, sou o príncipe desta cidade, e o futuro rei, que prometi, diante do povo e dos deuses, proteger esta cidade, e fazer dela um lugar tão agradável de se viver como meu pai, o Rei Arkhus Mordan, e meus antepassados vem fazendo.
As vezes paro na sacada de meu quarto e passo horas a observar a vista de meu reino, e agora, que a primavera começa a fazer desabrochar as primeiras flores, e trás com ela o lindo canto dos mais lindos pássaros, e a mais belas borboletas, a cidade parece uma pintura que nem mesmo os melhores artistas da corte conseguiriam pintar. É realmente uma vista de encher os olhos.
Outra visão que muito me agrada é quando saio cedo com meu pai para caçar, e na Floresta Verdejante, vejo o Palácio Branco, um palácio construído a centenas de anos, com torres tão altas que parecem quase furar o céu. E hoje é mais um dia que terei a honra de ter esta visão, é dia de caçar com meu pai, acordei antes do nascer do sol, e antes mesmo dele sair de trás das colinas de nos dar a honra de sua companhia, nos já havíamos partido em direção a Floresta Verdejante.
Meu pai está ansioso, espera que hoje consiga caçar o javali atroz que em caçadas anteriores fugira dele e já chegara a machucar um de nossos cavalos.
Não demora muito e meu pai consegue achar rastros do animal, meu pai puxa seu arco e seguia furtivo em meio a mata. Eu puxei minha espada e o segui. Mais a frente estava ele, que aparentava ser o mesmo que encontramos em caçadas passadas, meu pai mandou que eu ficasse parado, e foi o que eu fiz. Meu pai, então, seguiu sorrateiramente para a direita, cercando e espreitando o animal. Quando tudo parecia perfeito, e a morte do bicho parecia certa, meu pai acaba por mexer um arbusto, o javali atroz olha para trás e encontra meu pai, que, sem pensar duas vezes, dispara uma flecha contra o bicho que pega em sua pata traseira. Mas esse javali é grande demais para cair apenas com isso, e então ele corre, e para meu desespero, ele corre para cima de mim. Com um grito meu pai diz:
- É com você Andrews!
Com muito medo de levar mais flechas, e obviamente assustado com os gritos de meu pai, o javali salta sobre o arbusto em que me encontro, sem perceber que ali estou. Eu então ergo minhas espada e o javali salta sobre sua lamina. Terminando assim a dura batalha que este animal proporcionou a mim e a meu pai por semana.
Com um sorriso no rosto, eu e meu pai retornamos para o reino, aos portões da cidade, A Guarda do Rei nos espera como de costume, para levar o Rei aos seus aposentos e deveres, mas algo está diferente hoje, o principal Conselheiro do Rei, o poderoso mago Otrius Temna, se encontra em meio os cavaleiros, com uma cara de quem não tem boas noticias.
- Alteza, majestade. Peço desculpas por interromper vosso momento de descontração, mas temos algo de muito estranho acontecendo
- O que acontece, Temna, que não podes nem mesmo esperar que eu volte ao palácio para me avisar? Questiona meu pai.
- Sua majestade, é o Rio Volshar.
- O que houve com o Rio?
- É melhor o sua majestade ver com seus próprios olhos.
Nos dirigimos então até o Rio que corta a cidade ao meio. E ao chegarmos lá, deparo-me com a água que era tão cristalina, agora se encontra negra. A colheita que recebe água do rio, se encontra morta, peixes bóiam mortos sobre as águas.
- O que houve aqui Temna, é bruxaria?
- Não sei, sua majestade, mas seja lá o que for, vem direto da nascente, no Monte Volshar.
- Irei mandar meus homens para lá. Seja lá o que for, deve ser resolvido o quanto antes.
Algumas horas depois cerca de 50 cavaleiros partem para observar o que teria acontecido. No dia é anunciada com sinos a volta dos cavaleiros. Eu, meu pai, Temna e alguns nobres vamos recebê-los imediatamente, para saber oque houve com o rio. Mas nos deparamos com apenas um cavaleiro ensanguentado, carregando em suas costas outro cavaleiro que parece a beira da morte. Ao chegar a nossa frente, o cavaleiro desaba do chão, o outro em sua costas despenca, este, por sua vez, já está morto. Meu pai ergue o cavaleiro que caíra e o questiona:
- O que houve, homem? Diga! Não chegastes até aqui para morrer em minha frente e sem nenhum resultado!
- S-s-são demonios, majestade. São muitos, e um deles é muito forte.
- Como assim? De onde eles apareceram?
- Do interior do Monte Volshar parece haver uma cripta, ou algo assim. É de lá que o mais forte deles saiu, os outros apareciam aleatoriamente de nuvens negras, nos cercaram e no mataram a todos.
- E o que este demonio faz aqui?
- Eu não sei, sua majestade. Eu não sei...
O cavaleiro morre, o Rei fecha seus olhos, joga o corpo no chão e olha para Temna com uma cara de espanto.
- Quem é esse demonio, Temna, quem?!
- Você conhece as lendas, majestade.
- Lendas são lendas, que os pais contam para assustar crianças que não querem dormir.
- Nem todas, sua majestade, nem todas. É da sabedoria de muitos que está terra não era assim tão pura a mais de mil anos. A verdade é que aqui reinavam os demonios. E só quando seu antepassado Emeldor Mordan chegou aqui é que ele expulsou todos os demonios, mas estes juraram vingança. E a lenda conta que um dia eles retornariam para que pudessem voltar a reinar onde hoje moramos, majestade.
- Tsc... Em meu sangue corre o sangue do poderoso Emeldor Mordan, e se aqueles demonios pensam que podem vir aqui e destruir tudo que criamos com tanto esforço, eles estão muito enganados. Temna, vá imediatamente ao General Durmoc e diga para preparar todos os seus homens para o combate, pois repetiremos o feito de Emeldor, e será tão magnifico quanto.
Os cavaleiros estão todos a postos para o combate, por toda a cidade a um vigília, noite a dentro os soldados guardam a cidade.
Eu acordo, mas o sol parece não ter acordado ainda. Pergunto-me se pela minha tensão eu tenha dormido pouco, mas ao olhar na sacada de meu quarto eu vejo o céu coberto por uma nuvem negra e densa. O dia não irá raiar hoje, ao longe vejo pássaros abandonando a Floresta Verdejante. Meu coração começa a palpitar fortemente, me pergunto o que será de nós se este demonio for tão poderoso assim. Mas de nada adianta eu me trancar em meu quarto, é hora de estar ao lado de meu pai. Desço e encontro-o de armadura, a tempos já não o vejo trajado assim.
- Vista já um traje mais adequado, assim morrerá facilmente no campo de batalha.
- Como assim "no campo de batalha", pai? Você acha que será necessário lutarmos, não confia em nossos cavaleiros?
- Claro que confio, mas este não é um trabalho para eles. Está no nosso sangue Andrews. Você é Mordan. Nosso maior dever não é sentar em uma almofada vermelha e se sentir no poder, nosso dever para com este reino é protege-os, para isso estamos aqui.
- Sim senhor!
Me dirigi ao meu quarto e ordenei aos empregados que levassem uma armadura pra mim, e que fossem me ajudar a trajar-me. Os empregados estavam demorando demais, eu esperava-os ansiosamente, quando escuto os sinos do palácio badalarem. Corro para a sacada de meu quarto, e vejo um demonio se aproximando do reino, meu pai e seus homens correm em direção ao demonio, meu pai em seu cavalo vai a frente. Fico paralisado ao ver que o demonio invoca vários demonios menores que seguem vorazmente em direção ao exercito. Meu pai mata vários demonios com sua espada e segue em direção ao demonio que parece comandar aquele ataque, mas o exercito parece não ter tanta sorte, muitos homens morrem nas mãos dos demonios menores. Meu pai chega até o líder, desce do cavalo e ataca bravamente o demonio, o acertando em cheio em seu peito. Pulo de alegria e dou um grito em êxtase, mas quando volto a visão ao campo de batalha, vejo o demonio segurando a lamina da espada de meu pai e a quebrando, o golpe que lhe foi dado nem mesmo o arranhou, com laminas em suas mãos, o demonio ergue meu pai pelo pescoço, e corta a cabeça de meu pai. Temna que se encontrava perto de meu pai, desaparece em um piscar de olhos, e aparece ao meu lado.
- Temna?! O que fazes aqui? Vá ajudar meu pai.
- Já é tarde, jovem principe.
- Precisamos salvar nosso reino! Vamos, eu vou! Eu vingarei o meu pai!
- Impossível, aquele é Glabrezu. Um demonio muito poderoso, é vossa alteza que irá mata-lo, mas não agora, não hoje. Seu destino é grandioso, jovem príncipe. Mas agora não é a hora de confronta-lo. Você deve fugir e procurar treinar para um dia salvar aqueles que aqui vivem.
- O que você está falando? Está louco, Temna? Eu irei agora!
- Não. Não ira!
Temna fechou os olhos, recitou palavras em uma língua que eu não compreendia. E então, eu comecei a voar, como um meteoro cortando os céus, eu voei pela janela de meu quarto. E não podia me controlar. Era Temna, era magia dele. Minha vista foi escurecendo e eu apaguei.
Acordo em baixo de um monte de feno. Me levanto e me limpo. Estou em um pequeno vilarejo, em um estábulo bem sujo. Saio do estábulo e olho ao redor, nada desta paisagem me parece familiar. Parece que eu estou bem longe de meu reino. Pensando bem, que reino? Por que agora, este sou eu, um príncipe sem reino, mandado pra longe para viver com a amargura de ter visto meu pai e meu reino serem tomados de mim. O que eu farei agora?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011 | By: Volvard

O conto da magia - Parte 1 - O Despertar

Às vezes me pergunto qual é o meu papel nesse mundo. O que eu posso fazer para modificar o mundo, transforma-lo num lugar mais pacifico. Mas eu não sou um herói, não tenho força nem ao menos para erguer uma espada.
Eu, Elarian Modius, apenas um camponês, vendo meu povo sofrer nas mãos de tiranos, sendo atacados por monstros e mais monstros, e o que eu posso fazer além de rezar para que os deuses nos protejam?
Meu nome é Modius, e espero que esse nome seja lembrado daqui pra frente. Depois de tudo que passei, não posso mais ficar parado, só a observar o que acontece. Sinto que dentro de mim há um chamado. Um chamado do destino, algo me diz que eu não nasci para ser um mero camponês, e esse chamado que me mantém vivo.



O Despertar


De novo. Aconteceu de novo, tive aquele sonho. Ainda não entendo o porquê, mas quase todos os dias eu tenho este sonho. Ele é muito estranho. A cada vez que eu tenho este sonho, é como se ele aumentasse, antes um lapso, agora um sonho prolongado. Sinto como se eu estive mesmo naquele lugar, como se não fosse apenas um sonho. É como uma lembrança, ou uma previsão. Neste sonho vejo um mundo banhado no caos, monstros cercam os seres humanos por todas as partes, vejo gárgulas matando mulheres, goblins furtando as casas, vejo homens lutando contra os monstros, em uma tentativa tola e ineficaz de salvarem suas vidas. Eu vejo isso do alto de uma colina, uma lágrima escorre em minha face, e envolvido pelo sofrimento das pessoas, eu grito. Tudo ao meu redor é envolvido por uma luz intensa, que não me cega, mas parece queimar os monstros. E então eu acordo em meu quarto, o grito em meu sonho é substituído pelo cantar do galo.
Acordo em meu quarto, minha cama está uma bagunça. Um aroma de café chama minha atenção à cozinha. É dia de ir para o campo a colheita está muito próxima, me levanto e ando em direção à janela, o dia está lindo, mas o sol está forte, o chão emana um mormaço que parece nos sufocar. Dirijo-me a cozinha, está muito quente. Parece que essa colheita não será das melhores. Fato que parece não atingir o bom humor de minha mãe, que sozinha, sempre cuidou de mim e conseguiu permanecer sempre com um sorriso no rosto, mesmo sabendo que não é satisfatória a situação em que vivemos, ela parece não querer transparecer que a situação é difícil. Ela ainda me trata como criança, ela parece não ver que já tenho meus 16 anos, ela acha que eu não percebo o que realmente se passa.
Moro próximo do Vilarejo de Furdah. Aqui os moradores se unem para cultivar batatas. Porem, nem tudo que plantamos é nosso, o Rei Kirr, lorde do Reino de Koldom, cobra impostos altíssimos sobre nós, e quase tudo que temos vai para o reino. Em troca disso, o rei nos protege contra seres que possam vir a atacar nosso vilarejo, mandando seus soldados para nos proteger. Vivemos próximo do bosque de khalaha, local perigoso e enfestado de monstros e seres não muito amigáveis, que já passaram pelo nosso vilarejo milhares de vezes, deixando varias mortes no caminho.
Outro dia se inicia, dessa vez eu não tive o sonho. Tomo meu café-da-manhã e saio para mais um dia de trabalho, dou um beijo em minha mãe e então parto. A caminho do campo passo pelo vilarejo de Furdah. No Poço de Furdah, local central do vilarejo, vejo uma tropa de soldados do rei Kirr. Eles parecem discutir com alguns moradores. Aproximo-me para tentar ouvir o que eles falam.
- Se vocês não pagarem o que o rei cobra, não iremos mais prestar nossos serviços de proteção ao seu vilarejo. Diz em voz alta um dos soldados.
- Não é que não iremos pagar, mas a colheita vai mal. O que temos mal dá para encher a barriga de nossas crianças. Grita uma senhora de idade ao fundo.
- Sem pagamento, sem proteção. A partir de agora, até o momento em que vocês paguem o que devem ao rei, este vilarejo se encontra sem a proteção do Reino de Koldon.
Os camponeses gritavam por clemencia, os soldados pareciam não se importar, subiam em seus cavalos e foram embora.
Sem saber o que fazer para acalmar a população, o mais correto naquele momento parecia ser ir para o campo, e ajudar os outros camponeses na colheita, para que logo pudéssemos pagar ao rei.
Pagar ao rei, por que devemos pagar ao rei? Muitos e muitos homens saem de seus vilarejos para serem soldados do rei Kirr. Em minha concepção, no momento em que eles vão em busca de ser soldados, eles estão traindo seu povo. Embora saiam com o ideal de conseguir as armas e o treinamento para protegerem seus vilarejos, ao retornar, sua cabeça está muito mudada, após provarem do luxo de ser um soldado, em relação a ser um camponês, eles esquecem aqueles que amavam e então voltam apenas como carrascos dos tiranos. Protegidos por muralhas, armaduras e espadas, eles parecem não se importar mais conosco. Dizem nos proteger, mas na verdade são nossos maiores opressores.
Dois dias se passam desde a passagem dos soldados por aqui. Eles realmente não voltaram para nos defender, mas me pergunto: realmente precisamos pagar ao rei para nos proteger?
O dia da colheita chegou. Hoje trabalhei no campo por horas, a maioria dos meus companheiros de trabalho haviam saído para almoçar, mas a maneira que os soldados trataram meu povo tirou minha fome, a maneira que o rei nos trata, a nossa situação miserável e tudo mais havia tirado minha fome.
O tempo passara e meus companheiros não voltaram, coloquei a cesta cheia de batatas ao chão, enxuguei meu rosto suado, e ao olhar para o vilarejo, vejo uma fumaça negra que paira sobre as casas. Corro para o vilarejo imediatamente, com medo do que pode estar acontecendo, e munido da estúpida ideia de achar que algo útil poderia eu fazer. Armo-me com uma pá e sigo em frente. Ao chegar próximo do vilarejo consigo ver corpos de meus companheiros jogados ao chão, banhados em sangue, ninguém foi poupado, há crianças, mulheres e idosos no meio de uma grande poça de sangue, a pá que carregava como arma agora cai de minha mão, eu entro em um estado de choque ao ver o que ocorre. As casas estão destruídas e uma delas se encontra em chamas. Ouço gritos ao longe, parece que o que atacou a cidade ainda se encontra lá. Em um pequeno momento de lucidez, lembro-me de minha mãe. Desespero-me e corro em direção a minha casa, não passo pelo vilarejo, vou pelos ao redores. Vejo rastros de devastação, pegadas encontradas no caminho me mostram que o que ataca a cidade, naquele momento, são monstros, vejo minha casa ao longe, não há sinal de fogo na casa, mas quando me aproximo, a porta quebrada só aumenta meu desespero, entro na casa silenciosamente, com medo de que o que quebrara a porta ainda estivesse ali dentro. Me deparo com minha casa absolutamente destruída por dentro, o pouco que tínhamos, agora, se tornara nada, olho para os lados e não encontro minha mãe. Ouço um murmuro vindo de meu quarto, corro e vejo minha mãe ao chão. Em seu abdómen um corte jorra sangue sem parar, nos seus braços, a furos, como se tivesse levado uma mordida. Olho para a janela e vejo ao longe um ser que corre em direção à cidade, aquele deveria ser o monstro que atacou minha casa, que entrou em meu lar e destruiu tudo que eu mais queria bem, o ser desaparece entres as árvores, olho para o chão e minha mãe se debate, coloco-a em meus braços, mas já é tarde, ela parte. Agora os deuses a guardam, pois eu não tive forças para fazer o mesmo por ela em vida.
Eu deveria estar chorando, mas não consigo. Meu corpo está paralisado, e sinto algo que não sei descrever. Aquele sentimento de impotência está mais forte agora do que nunca. toma.
Um barulho na cozinha chama minha atenção. Ainda há um monstro ali. Aquele sentimento de vingança me faz levantar, sinto o ódio correr em minhas veias. Não sei se posso chamar isso de coragem, ou chamo de ignorância, mas eu vou sem medo para a cozinha. Me deparo com um constritor, ser de pele cinzenta, espinhos nas costas, olhos grandes, sem boca, suas mãos possuem pequenos dentes pontudos, de seu braço sai uma lamina, que ainda escorre um pouco de sangue, provavelmente o sangue de minha mãe. Estes seres agarram suas presas em suas mãos, e uma vez que ele as tem ali, ele suga a alma de sua vitima até que ela morra.
Em minha cabeça, eu devo matar aquele ser, mas como? Não possuo nenhuma arma para ataca-lo, é melhor correr. Mas antes que minhas pernas se movessem, o constritor olha em minha direção. Naquele momento eu me desespero, pra onde foi aquela minha coragem?
Este sou eu, Elarian Modius, na tentativa de uma vingança, cego pelo ódio, morrerei nas mãos de um constritor, vendo minha vida fugir de minhas veias, morrerei com um idiota, sem ter sido ninguém em minha vida.

O constritor salta em minha direção, eu tento me defender colocando a mão na minha frente, mas já imaginando que de nada adiantará, eu fecho os olhos. Ouço uma pancada na parede. Quando abro os olhos, eu vejo o constritor no chão, jogado contra a parede. Me pergunto o que aconteceu, o monstro parece estar hesitante em me atacar novamente, o monstro pula novamente em cima de mim, e desta vez, sem fechar os olhos, vejo de minhas mãos saírem um pulso de energia, que novamente joga o monstro contra a parede. Não faço a menor ideia do que ocorrera ali, mas a coragem retorna, seja o que for aquilo, eu tenho poderes para vingar a minha mãe e meu vilarejo. Movo minhas mãos e ergo o constritor no ar, vejo ele se debater, como se algo segurasse seu pescoço. Aquele ser que já matou tantos, que amedronta a todos, agora está em minhas mãos, penso em como matarei ele, eu o seguro, mas temo me aproximar dele. Mas minha duvida acaba quando uma chama se acende em minha mão esquerda, o fogo que ali se encontra não me queima, mas ainda sim emite um calor intenso, eu arremesso essa bola de fogo contra o constritor, rapidamente eu o vejo cair em cinzas.
O que foi aquilo? De onde veio isso? Não sei o que os deuses preparam para mim, mas isso em minhas mãos é incrível, e não podia ter chegado em melhor hora.
Agora é hora de ir a cidade, esses monstros não sabem o que espera por eles, o sangue derramado agora será o deles.
Corro em direção ao vilarejo, que agora se encontra em um silencio assombroso. Corpos ao chão, sangue derramado, todo o vilarejo foi destruído. Vejo um dos constritors em uma casa, quando vou a ele, outro salta em cima de mim. Com meus poderes, eu o arremesso em dentro do poço. O outro, ao ouvir o barulho, corre para fora, quebrando a janela e parando em minha frente. Ele finta seus olhos no meu, e então, eu lhe arremesso uma bola de fogo, ele esquiva, sobre no teto da casa. Preparo-me para arremessar outra bola de fogo, mas sou surpreendido por um ataque em minhas costas. É o que caiu no poço. Eu o tiro de cima de mim.
Agora, estou cercado pelos dois. Eles parecem estar sedentos por minha alma, o combate parece excitar-lhes mais e mais. Os dois saltam em cima de mim. Tento me esquivar, mas não consigo, um deles me pega pelo pé. Eu então lhe atiro uma bola de fogo, e ele vira cinzas. O outro se afasta e tenta fugir. Mas é impedido de continua, por uma barreira de chamas que eu invoco. A barreira de chama se torna um circulo que, por sua vez, se fecha sobre o constritor. Que também se desfaz em cinzas.
A adrenalina que corre em minhas veias é incrível. Sinto uma forte dor na perna, foi aquele constritor, ele me mordeu. Coloco minha mão sobre o ferimento para tentar fazer pressão. Minha mão passa a emitir uma luz dourada, e a dor passa. Tiro minha mão para ver o que ocorreu, e não há mais ferimento, eu me curei por completo.
Aquele poder é magnifico, e parece não ter limites. E eu devo usa-lo para me vingar.
Devo destruir todos os constritors? Não! Não foram apenas os constritors que fizeram isso com meu vilarejo, com minha mãe. A culpa de isso ter ocorrido é do Rei Kirr. Sim, foi ele que nos negou proteção quando mais precisávamos