sexta-feira, 6 de abril de 2012 | By: Volvard

Trovas de um Bardo - O Bardo, A Princesa & O Carrasco

Eu soube que havia um acorde secreto
Que Horic tocava, e que agradava até os deuses
Mas ninguém dava muita atenção a aquele pobre sem-teto
E assim vai a quarta, a quinta,
O acorde menor cai, e o acorde maior sobe
O rei, frustado, pede que ele componha uma musica linda

Sua fé era forte, mas ele precisava inspiração
Ele a viu tomando banho do telhado
A beleza dela e o luar arruinaram com sua razão
Ela destruiu seus sonhos, e tirou sua voz
E dos seus lábios, nada mais saíra
Alem de palavras de amor, de uma paixão feroz 

Querida, eu já estive aqui antes pra te ver
Eu vi este quarto, andei neste chão
Eu vivia sozinho até te conhecer
Eu vi sua bandeira no arco de mármore
E o amor não é uma mancha da vitoria
É um frio sofrido, um grito de pare

Talvez os deuses que fizessem eu ti querer
Mas tudo que eu já aprendi sobre o amor
Era como atirar em alguem que desarmou você
E não é um choro que você pode fazer com que sare
E o amor não é ver a luz
é um frio sofrido, um grito de pare

E o rei entrou no quarto de uma só vez
O bardo não se escondeu, disse que a amava
Mas apaixonar-se pela princesa, o que você fez?
O guardas chegaram, o levaram pra fora
Contaram-lhe a cabeça, ele nunca mais cantaria
O deuses enfurecidos, o que ouviriam agora?
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012 | By: Volvard

O Principe Sem Reino - Capitulo 2 - A taverna, o grandão e um novo amigo

Aonde é que eu estou? Como Temna pôde me mandar para cá? E "cá" aonde? Qual o nome desse vilarejo? Resolvo perguntar isso a uma senhora que vende maçãs em uma grande cesta.
- Qual o nome desse vi...
- Saia daqui seu mendigo imundo. Me interrompe ela empurrando meu braço que nem mesmo chegara a toca-la.
- Mas eu só queria fazer uma per...
- Pelos deuses, você fede. Diz a senhora me interrompendo novamente e desta vez virando as costas para mim e indo embora com sua cesta de maçãs.
- Como ousas me tratar assim? Sabes para quem viraste as costas?
A senhora parece não me ouvir e segue seu caminho como se eu não existisse.
- E quem é você, então? Pergunta uma voz atrás de mim.
- Eu sou o Andrews Mordan, príncipe de Emeldor. Respondo virando-me e vendo um homem de estatura mediana, magro, vestido como um maltrapilho
- de Emeldor? De onde eu venho, você está mais para o príncipe de merda! hahaha
Ele então começa a rir e apontar para mim, olho para minhas vestimentas e vejo que estão repletas de esterco, eu devo ter me sujado ao cair no estabulo. Eu olho novamente para o homem que caçoava de mim e lá ele continua a rir. Dou-lhe as costa e sigo em frente, esse vilarejo só tem pessoas estranhas, e ninguém aparenta conhecer Emeldor.
O vilarejo é constituído por pequenas casas, em uma parte do vilarejo existe uma área mais comercial, onde posso ver ferreiros trabalhando, um alquimista, e vendedores de equipamentos de viagem. Em outra parte do vilarejo encontram-se agricultores suas verduras e seus legumes chegando em carroças e se dirigindo a área comercial. Este vilarejo parece ser um pequeno vilarejo comercial, os poucos que aqui vivem, sobrevivem do que vendem para viajantes que por aqui passam. Continuo minha caminhada e vejo a entrada do vilarejo, uma placa muito mal feita, rabiscada provavelmente com carvão, diz: "Vila Moandro". "Vila Moandro" eu nunca ouvi falar nesse lugar. Mas para ser bem sincero, eu nunca ouvi falar de nada além dos limites de Emeldor.
Meu estomago está remexendo de tanta fome, estou andando ainda pela cidade quando me vejo em frente a um lugar não muito higiênico, chamado Taverna Do Peixe Caolho, talvez eu possa conseguir comida aqui, talvez num lugar mais humilde as pessoas sejam mais generosas.
Humildes? Ao entrar tudo que eu vejo é um monte de brutamontes se amontoando em volta de mesas espalhadas aleatoriamente no espaço ta taverna, discussões é o que não falta, parece que a cada segundo uma nova discussão começa, é como se a qualquer momento aquele lugar pudesse ser colocado a baixo por causa de uma briga. Eu vou até o caixa onde encontro um homem alto, um pouco velho, gordo, mas ainda de aparência forte. Ele me olha com cara de quem não quer papo comigo, ele limpa uma caneca com um pano imundo, para terminar ele cospe no copo e passa mais uma vez o pano, bate a caneca no balcão e me acorda de um transe de nojo.
- O que você quer aqui moleque? Pergunta ele com uma voz grossa e cansada
- Desculpe, senhor. Mas cheguei aqui a pouco e estou faminto, preciso de algo para me alimentar.
- Ha-Ha-Ha! Claro, moleque, pagando, você come.
Procuro em meus bolsos mas não tenho nenhuma moeda comigo.
- Não poderia lhe pagar de outra maneira? Talvez o senhor precise de um ajudante, ou não?
- Claro que nã... Erm... Pensando bem, preciso sim.
- E quando eu começo?
- Agora!
- Hã?! Mas não posso nem comer nada antes?
- Deixa de frescura moleque, você quer ou não comer? Si quiser terá que trabalhar antes. E me faça o favor, suas roupas fedem, troque essa roupa, vista isso. E então ele me joga uma roupa velha, e um avental.
Eu fendendo?! Até parece que existe algo mais fedorento do que está espelunca. Mas fazer o que? Eu preciso me alimentar, estou faminto. Me troco e então volto para o salão da taverna para começar a trabalhar, o taverneiro me joga uma vassoura e manda que eu varra tudo.
- Que aventalzinho hein?
- Será que a mocinha poderia limpar aqui?
- Quem é essa nova empregadinha?
- Não tinha uma mais bonitinha não, taverneiro? Ha-Ha-Ha
Todos da taverna caçoavam de mim e eu nada podia fazer, pois eram muitos, e eu precisava fazer aquilo. Era isso, ou passar fome.
- Hey mocinha, vem limpar aqui, tá sujo. Fala um dos brutamontes derramando toda a sua caneca de hidromel no chão.
- Vamos, moleque, não se faça de surdo! Grita o taverneiro.
Eu vou limpar, mas não muito satisfeito, ao chegar lá eles continuam a caçoar de mim, mas não ligo. Ao verem que já não me importo com o que falam, um deles me empurra. Meu pé deslisa sobre o hidromel e eu me esbarro em uma mesa, derramando uma caneca de hidromel em um cliente. Este me olha com uma cara de ódio e então se levanta, todos se afastam da mesa. Ele é grande, deve ter bem mais de dois metros e cada braço dele é maior do que eu.
- Desculpa, mas é que eles me empurraram!
O grandão parece rosnar nesse momento. Eu não terei nenhuma chance de escapar vivo daqui. Ele ergue uma cadeira em cada mão e começa a caminhar para cima de mim, eu recuo, mas sou barrado por outros clientes que me cercam.
- Vocês não sabem com quem estão se metendo. Eu sou o Príncipe de Emeldor!
O grandão larga as cadeiras no chão e solta uma gargalhada. Todos se olham e parecem exitante para rirem, mas também caem na gargalhada. Nessa hora o grandão fica sério, olha pros lados e todos se calam imediatamente. Ele se aproxima de mim e fala com seu rosto bem próximo ao meu:
- Quem aqui perguntou quem você é? Para mim você é só um moleque que assinou seu contrato de morte quando derramou meu hidromel.
- Eu não tocaria no garoto se fosse você. Diz uma voz que me parece familiar ao fundo.
- Quem disse isso? Pergunta o grandão.
- Eu!
O grandão olha para um lado, mas é do outro que ele recebe uma paulada na cabeça. Ele cai no chão. Eu olho para quem bateu e é aquele rapaz que havia zombado de mim próximo ao estabulo, mas por que ele me ajudou? No momento em que o grandão cai uma grande confusão começa na taverna. Todos começam a brigar, o grandão ainda acordado tenta se levantar. O taverneiro puxa um facão de trás do balcão e tenta apartar as brigas, mas é em vão. O rapaz que me ajudara se aproxima de mim, estende a mão e se apresenta:
- Noah Helt, é um prazer conhece-lo em uma situação tão boa.
- Como você já sabe, eu sou Andrews, muito obri...
Antes de poder agradece-lo eu sou interrompido por uma cadeirada que é dada nas costa de Noah, que cai de joelhos. Olho para o lado e vejo uma garrafa, pego-a e ataco o bêbado que derrubou Noah, a garrafada pega na cabeça e então ele cai. Noah se levanta.
- Precisamos sair daqui o mais rápido o possível, Andrews.
- Claro, vamos antes que está briga piore mais!
- Briga? Não, a briga na taverna é uma das principais diversões que eu tenho nessa vila, nada como sair com um olho roxo depois de uma noite de bebedeira. A gente precisa sair rápido é por que o grandão ali já se levantou!
A gente corre, mas é impossível ser rápido com tantas mesas viradas pela frente e tanta gente brigando. Dificuldade que o grandão não tem, pois este corre derrubando tudo e todos que estiverem em sua frente, ele parece muito mais bravo do que antes. Saímos da taverna, mas acabamos por tropeçar em nossas pernas e caímos em logo a frente. Logo em seguida o grandão sai.
- Acabou, o que vamos fazer agora, Noah?... Noah?.... Noah o que faremos?
Olho para o lado e ele não está mais caído, olho ao redor e ele não se encontra nas proximidades. Mas aonde ele caiu há uma espada ao chão, provavelmente ele deve ter deixado cair-lhe na queda.
O grandão está com um pedaço de uma mesa nas mãos, ele ergue e tenta me atacar, eu rolo no chão e me esquivo, levanto-me e me coloco em posição de batalha. É hora de parar de correr e enfrentar o que me desafia. O grandão volta a tentar me atacar, esquivo novamente e lhe desfiro um ataque e seu braço que o acerta em cheio. Ele sangra, mas parece não sentir dor, porém se encontra cada vez mais enfurecido e descontrolado, talvez eu possa usar isso em minha vantagem. Ele corre para cima de mim como um touro.Tento desviar mas dessa vez eu falho. Ele me arremessa longe, bato na parece de uma casa, a espada foi jogada para outro lado. O grandão vem pra cima de mim, ergue o pedaço de mesa e com um rosto enfurecido ele diz:
- Já era moleque, você já me deu muito trabalho.
Quando acho que realmente tudo está perdido. Vejo uma lamina brotar do peito do brutamonte. Ele se ajoelha, largando o pedaço de mesa. Atrás dele está Noah, que chuta o corpo que deslisa sobre a lamina da espada e cai bem em minha frente. Noah então passa por cima do corpo e me dá a mão.
- Não foi tão difícil... Diz Noah com um sorriso no rosto.
- "Não foi tão difícil"? Como você me larga sozinho com um gigante desses?
- Hey, eu não te deixei sozinho! Eu só precisava de alguem que servir de isca enquanto eu me preparava para mata-lo.
- Servir de isca? Você praticamente me deixou pra morrer!
- Eu te deixei uma espada não deixei? E afinal, tudo deu certo. Então deixe de reclamar e vamos. Peguei algumas coisas da taverna antes de sairmos.
- Graças aos deuses, estou faminto.
- Pois vamos comer e beber, pois você tem muito o que me contar.
- Eu?
- É, conte-me essa historia de ser príncipe de sei lá onde e como veio parar aqui.
A noite é longa, Noah e eu conversamos, comemos e bebemos. Conto a ele tudo que aconteceu, ele então me pergunta quais são os meus planos daqui pra frente.
- Daqui pra frente?
- É... Você vai voltar e salvar seu reino, não vai?
- Claro que vou! Só não sei como... diferente do que Temna disse, eu não tenho forças para voltar e derrotar o Demônio Glabrezu sozinho.
- Bem talvez se você treinar muito possa voltar e conseguir vence-lo. Claro... você não conseguiria isso sozinho... não sem mim.
- Sério? Você me ajudaria?
- Bem, vejamos minha agenda... Não, não tenho nada pra fazer até... até o resto da minha vida. É, acho que posso ajuda-lo.
- Muito obrigado Noah. Espero que tudo dê certo.
- E dará. Diz Noah com seu sorriso de volta ao rosto.
- Como sabes?
- A gente começou bem.
- Começamos?
- Aprenda uma coisa Andrews: as melhores aventuras começam na taverna.